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Photo du rédacteurJulio Sa Rego

Campinos são a força da candidatura do Colete Encarnado a património cultural


Júlio Sá Rego, o técnico responsável pela candidatura, esteve em Alverca a falar do processo.


Não há como falar de Vila Franca de Xira e da festa do Colete Encarnado sem falar da figura do campino que é determinante para a sua identidade. A convicção é de Júlio Sá Rego, técnico responsável pela candidatura do Colete Encarnado a Património Cultural Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).


A função de Júlio Sá Rego foi encontrar uma forma de enquadrar o Colete Encarnado enquanto potencial património cultural. Para se categorizar como tal é necessário que existam três elementos fundamentais: a comunidade, a identidade e a continuidade. Foi por esses elementos que o técnico teve que procurar para poder produzir a candidatura, uma tarefa que revela ter sido “difícil mas de muita aprendizagem e descoberta”. O responsável falou sobre o tema numa conferência promovida no dia 12 de Novembro, no núcleo de Alverca do Ribatejo do Museu Municipal de VFX.


Foi na figura dos campinos que Júlio Sá Rego encontrou o vínculo mais forte com a festa que é feita em sua homenagem. O responsável destaca cinco factores que a festa proporciona aos campinos, como a transmissão de conhecimentos e experiências de geração em geração; a socialização entre campinos; o aperfeiçoamento das práticas e técnicas com as apresentações que fazem durante a festa; a valorização e reconhecimento social perante a restante comunidade; e uma oportunidade de reposição geracional por atrair mais jovens para a profissão.


“Percebemos que com estas cinco coisas nós tínhamos a capacidade de categorizar a festa que para além ser um monumento da cultura popular, era também um património cultural imaterial porque contribuía para a identidade e para a continuidade da comunidade dos campinos”, explica. Também as tertúlias têm, para o responsável, um papel importante e diferenciador da festa, em especial, com as celebrações e animação que promovem nas ruas. “Após estudar e conviver com as tertúlias, concluí que as mesmas, apesar de terem uma identidade ligada à festa e o seu papel ser de extrema importância nela, conseguiriam sobreviver e continuar mesmo sem a existência da festa”, admite.


Foi em Abril de 2021 que a candidatura deu entrada no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Foi submetida à Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) que já teve parecer positivo no Verão de 2022 e que entrou agora numa fase de consulta pública.


Júlio Sá Rego, um franco-brasileiro residente em Bragança, admite que antes do processo de candidatura não conhecia a festa e que o processo de candidatura foi uma oportunidade de aprender mais sobre o Ribatejo e ver o concelho com uma perspectiva externa.


SOCIEDADE | 29-11-2022 18:00

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